terça-feira, 28 de abril de 2009

Papéis Trocados

Enquanto um diz a coisa certa...

Hugh Jackman, mais uma vez, foi questionado sobre sua sexualidade ao dar uma entrevista. Sua resposta?

"Eu ficaria feliz em negar, porque eu não sou gay. Mas ao fazer isso eu estaria dizendo que a homossexualidade é vergonhosa, e não há nada de vergonhoso nisso."

Aaaah, Hugh é mesmo um gentleman. Além de talentoso, super elegante e com uma ótima cabeça. E cara, o Wolverine dele é bom demais! (Sim, tenho uma pequena queda pela série X-Men. Queria ser a Vampira quando criança! xD)
E está certíssimo. Questionamentos sobre a vida pessoal de celebridades sempre vão existir. Infelizmente, nós somos seres um tanto quanto curiosos. E apesar de achar um exagero ter um bando de fotógrafos seguindo alguém 24 horas só pra ter uma foto dessa pessoa com um Starbucks na mão, confesso que gosto de saber se fulana é casada, se ciclana gosta de rock ou, claro, se tal atriz maravilhosa vai finalmente admitir que gosta de mulher...xD
Porém, uma coisa é ficar perturbado com os jornalistas futricando sobre sua vida, e outra completamente diferente é se sentir ofendido ao ser questionado sobre sua sexualidade. Já passou do tempo de ser uma pergunta normal como qualquer outra. É só balançar a cabeça, sorrir e sair andando...


Mas continuando com a notícia, já Rupert Everett, gay assumido, vem me dizer uma asneira dessas...

“E o que são essas pessoas que se submetem a tratamentos de fertilização in vitro? Se você quer ter filhos, ótimo. Mas essa coisa de dois gays doarem esperma para engravidar uma lésbica é bem esquisito. Se eu tivesse o impulso para ser pai, eu adotaria. Essa coisa de forçar a questão da parentalidade para homens gays é chata. Casamento? Filhos? Por favor. Eu quero ser ilegal. Eu quero viver fora do mainstream. Ou estou errado? Isso precisa mudar. O movimento está cheio de bichas velhas e de classe média que se preocupam em vestir Abercrombie & Fitch. Todos têm o direito de fazer o que querem fazer, mas...”

Adoooooro pessoas que terminam uma crítica com "todos têm direito de fazer o que querem, mas...". É como aqueles que dizem "olha, sem ofensa, mas..." e vão lá e ofendem. Rupert, que vive no movimento há anos e deve ter sido vítima de preconceito e homofobia (infelizmente, não somos todos) deveria ter uma cabeça mais aberta, não é?
Afinal, ninguém está forçando o moço a casar e ter filhos. E se eu e minha mulher quisermos ter um filho com o esperma de um amigo gay, quem é Rupert na noite pra dizer que não podemos?

É... mais triste que ver um hetero homofóbico é ver um gay homofóbico...

1 comentários:

P. June disse...

E os gays são os mais homofóbicos, de fato. Somos nós que mais incorporamos a ideologia preconceituosa e a transmitimos aos outros, muitas vezes inconscientemente. Acabamos mais preconceituosos que os próprios heteros, que já abriram suas cabeças. Nos prendemos muito mais aos estereótipos sociais: somos os conservadores, porque no fundo achamos que estamos errados. Nos convenceram disso e nós incorporamos a idéia. Então achamos que temos que ser "discretos". Que nada a ver dar pinta. Que ninguém precisa saber. Criticamos os gays afeminados, as lésbicas masculinizadas. O preconceito é primariamente nosso, a vergonha é nossa, a necessidade de corresponder aos estereótipos é nossa. Não só nossa, é claro, o mundo está cheio de heteros preconceituosos, como bem sabemos. Mas o pior é o preconceito também vir de nós mesmos.

 
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